"Jornalistas e jornaleiros, jornalismo e propaganda"
Na foto: Deputado estadual José Geraldo Riva.
Quem mora em Mato Grosso só fica sabendo dos rolos da política em seu próprio Estado quando eventualmente algum grande jornal nacional resolve estreitar o foco sobre os problemas locais. Que, diga-se, não são poucos.
Os periódicos locais, num obsequioso exercício de subserviência, jamais noticiam nada que possa expor as vísceras da baixa política que ali se pratica.
É lá que atua o maior ficha-suja do País, o multiprocessado deputado estadual José Geraldo Riva (PSD). Contra ele há mais de 180 ações civis, penais, e de improbidade administrativa.
Riva responde por peculato, corrupção e acaba de ser afastado da presidência da Assembleia Legislativa pelo Tribunal de Justiça. Foi o artífice do chamado “Escândalo das Calcinhas”.
Está incurso na Lei da Ficha Limpa e não pode mais concorrer a nenhum cargo eletivo. Antes, teve dois mandatos cassado pela Justiça Eleitoral por compra de votos.
Desinformado, o eleitor mato-grossense continua cedendo votos para essa elite delinquente. Pleito após pleito, gente como Riva vai aumentando seu cacife eleitoral – a despeito do aumento vertiginoso de seu passivo judicial.
Contra eles resta apenas a combatividade de blogueiros como Adriana Vandoni, do Prosa e Política (www.prosaepolitica.com.br), que segue denunciando as falcatruas.
A estes, a máquina de delinquir da política cuiabana responde com dezenas de processos que têm por objetivo intimidar, censurar e silenciar.
Para quem busca explicações para o acumpliciamento dos jornais, o Diário Oficial começa a oferecer respostas.
Nos últimos dias, no apagar das luzes da gestão Riva, foram publicados vários extratos de contratos para a aquisição de assinaturas de periódicos pelo parlamento local. Todas elas superfaturadas.
O objeto de um desses contratos era a aquisição, por R$ 33 mil, de 60 assinaturas anuais de um tal Diário de Alta Floresta ao custo unitário de R$ 660,00,
No varejo, a Diário Editora e Radiodifusão, empresa cujo capital social é de apenas R$ 40 mil, oferece o mesmo pacote por apenas R$ 290,00. O superfaturamento chega a espantosos 127%.
O jornal A Tribuna, de Rondonópolis, cobrou da Assembleia R$ 680,00 por um pacote anual oferecido ao púbico por R$ 375,00 (81% de sobrepreço). E o misterioso Correio Varzeagrandense conseguiu emplacar um contrato semelhante por R$ 500,00.
Digo misterioso porque nem os funcionários do suposto departamento comercial sabem informar qual é a periodicidade da publicação
Os rolos, no entanto, não se restringem aos hebdomadários dos grotões. Os dois maiores jornais cuiabanos surfam na mesma onda.
O jornal A Gazeta, por exemplo, emplacou a venda de 71 assinaturas anuais pelo valor unitário de R$ 700,00, num negócio que totalizou R$ 49,7 mil reais..
Sabe quanto paga o assinante pessoa física ou jurídica pelo mesmo serviço ? No máximo R$ 450,00. Percentual de superfaturamento: 55%.
Seu concorrente mais forte, o Diário de Cuiabá, conseguiu um sobrepreço mais modesto na venda de um pacote de assinaturas anuais para o parlamento, de “apenas” 44%.
Vendeu à Assembleia 71 assinaturas, igualmente com dispensa de licitação, por R$ 650,00 cada. Assinantes sem mandato nem colarinho branco pagam pelo mesmo serviço um preço bem menor, R$ 450,00/ano. O sobrepreço é de 44%.
Mais do que uma teia de relações espúrias, o levantamento feito por Adriana Vandoni desmascara a promiscuidade que explica e justifica o silêncio dos jornais sobre os malfeitos dos políticos mato-grossense que, desses pastiches jornalísticos, só merecem elogios.
Ao leitor, diante do quadro de acumpliciamento geral dessa imprensa oportunista e servil, resta apenas conformar-se com essa espécie de estelionato que transforma jornalistas em jornaleiros, vendedores de material impresso, locadores de penas, e jornais em meros veículos propagandísticos.
E o que é pior: ainda ter que pagar isso.
Por Fábio Pannunzio
Quem mora em Mato Grosso só fica sabendo dos rolos da política em seu próprio Estado quando eventualmente algum grande jornal nacional resolve estreitar o foco sobre os problemas locais. Que, diga-se, não são poucos.
Os periódicos locais, num obsequioso exercício de subserviência, jamais noticiam nada que possa expor as vísceras da baixa política que ali se pratica.
É lá que atua o maior ficha-suja do País, o multiprocessado deputado estadual José Geraldo Riva (PSD). Contra ele há mais de 180 ações civis, penais, e de improbidade administrativa.
Riva responde por peculato, corrupção e acaba de ser afastado da presidência da Assembleia Legislativa pelo Tribunal de Justiça. Foi o artífice do chamado “Escândalo das Calcinhas”.
Está incurso na Lei da Ficha Limpa e não pode mais concorrer a nenhum cargo eletivo. Antes, teve dois mandatos cassado pela Justiça Eleitoral por compra de votos.
Desinformado, o eleitor mato-grossense continua cedendo votos para essa elite delinquente. Pleito após pleito, gente como Riva vai aumentando seu cacife eleitoral – a despeito do aumento vertiginoso de seu passivo judicial.
Contra eles resta apenas a combatividade de blogueiros como Adriana Vandoni, do Prosa e Política (www.prosaepolitica.com.br), que segue denunciando as falcatruas.
A estes, a máquina de delinquir da política cuiabana responde com dezenas de processos que têm por objetivo intimidar, censurar e silenciar.
Para quem busca explicações para o acumpliciamento dos jornais, o Diário Oficial começa a oferecer respostas.
Nos últimos dias, no apagar das luzes da gestão Riva, foram publicados vários extratos de contratos para a aquisição de assinaturas de periódicos pelo parlamento local. Todas elas superfaturadas.
O objeto de um desses contratos era a aquisição, por R$ 33 mil, de 60 assinaturas anuais de um tal Diário de Alta Floresta ao custo unitário de R$ 660,00,
No varejo, a Diário Editora e Radiodifusão, empresa cujo capital social é de apenas R$ 40 mil, oferece o mesmo pacote por apenas R$ 290,00. O superfaturamento chega a espantosos 127%.
O jornal A Tribuna, de Rondonópolis, cobrou da Assembleia R$ 680,00 por um pacote anual oferecido ao púbico por R$ 375,00 (81% de sobrepreço). E o misterioso Correio Varzeagrandense conseguiu emplacar um contrato semelhante por R$ 500,00.
Digo misterioso porque nem os funcionários do suposto departamento comercial sabem informar qual é a periodicidade da publicação
Os rolos, no entanto, não se restringem aos hebdomadários dos grotões. Os dois maiores jornais cuiabanos surfam na mesma onda.
O jornal A Gazeta, por exemplo, emplacou a venda de 71 assinaturas anuais pelo valor unitário de R$ 700,00, num negócio que totalizou R$ 49,7 mil reais..
Sabe quanto paga o assinante pessoa física ou jurídica pelo mesmo serviço ? No máximo R$ 450,00. Percentual de superfaturamento: 55%.
Seu concorrente mais forte, o Diário de Cuiabá, conseguiu um sobrepreço mais modesto na venda de um pacote de assinaturas anuais para o parlamento, de “apenas” 44%.
Vendeu à Assembleia 71 assinaturas, igualmente com dispensa de licitação, por R$ 650,00 cada. Assinantes sem mandato nem colarinho branco pagam pelo mesmo serviço um preço bem menor, R$ 450,00/ano. O sobrepreço é de 44%.
Mais do que uma teia de relações espúrias, o levantamento feito por Adriana Vandoni desmascara a promiscuidade que explica e justifica o silêncio dos jornais sobre os malfeitos dos políticos mato-grossense que, desses pastiches jornalísticos, só merecem elogios.
Ao leitor, diante do quadro de acumpliciamento geral dessa imprensa oportunista e servil, resta apenas conformar-se com essa espécie de estelionato que transforma jornalistas em jornaleiros, vendedores de material impresso, locadores de penas, e jornais em meros veículos propagandísticos.
E o que é pior: ainda ter que pagar isso.
Por Fábio Pannunzio
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