Invasão de cães errantes coloca em alerta população de Campestre do Trairi



 A existência dos cães de rua, conhecidos como animais errantes, é um problema comum no Brasil e no mundo, porque, além de afetar o bem-estar dos bichos, pode comprometer a saúde pública dos municípios. Não obstante a isso, a população canina da localidade conhecida como Campestre do Trairi vem crescendo geometricamente e chegando a níveis assustadores. São aproximadamente 100 residências que abrigam uma média de 4 animais cada uma, sendo que algumas chegam a abrigar uma população de até 15 cães.
O problema começa justamente aí. Sem alimentação, os cães vão para a rua e se transformam em animais errantes, buscando alimentos em lixos e atacando galinhas e até mesmo seres humanos. Os alimentos em forma de lixo deixados para esses cães acabam por atrair também outros animais, como roedores e insetos transmissores de doenças. Além disso, as fezes dos cães atraem o mosquito transmissor da leishmaniose e de outras doenças. Desta forma, para manter o ambiente limpo é necessário sempre recolhê-las.
Omissa, a Associação dos Moradores do Campestre, presidida pelo sr. Antônio Simplício, não sabe como a situação chegou a tal ponto. O fato é que nenhuma medida preventiva foi tomada e a situação já beira a calamidade.
Busca de soluções 
A principal função do Centro de Zoonoses de Trairi é evitar que doenças que acometem os animais, atinjam o ser humano. “A gente trabalha diretamente com a saúde pública, evitando que doenças como a leishmaniose (calazar), que acomete o cão, possam atingir o ser humano”, afirma Ana Amabylis, coordenadora do centro de Zoonoses.
O nascimento dos aglomerados urbanos durante a Revolução Indústrial do século XVIII e XIX, intensificou o contato humano com os cães e gatos e favoreceu a proliferação descontrolada dos chamados “animais de companhia”. Desse aumento significativo, nasceu o dilema: o que fazer com os “excedentes”, considerando o risco da transmissão de doenças, entre elas a raiva? A morte foi a resposta. Nos EUA, na década de 70, 12,5 milhões desses animais eram mortos a cada ano.
Olho do furacão
Aqui no Brasil, algumas cidades contam com uma lei ambiciosa que exige que todos os animais vendidos ou doados sejam castrados . O despejo de filhotes não esterilizados por comerciantes inescrupulosos, aliado ao impulso da compra, a raça da moda, o gesto de presentear alguém com um bichinho, etc.. engrossam esses números que só tendem a crescer. Ou seja, o fenômeno pet, que inseriu o cão e o gato no seio familiar, não foi acompanhado por uma estrutura pública que previna e muito menos resolva o drama da superpopulação e do abandono. Estudos apontam que o equilíbrio entre mortes e nascimentos é atingido quando 70% da população de cães e gatos é castrada.
“Em um cenário com tantas carências e paixões, corre-se o risco de um discurso polarizado, onde é mais fácil apontar “o bom” e “o mau”. Cabe ao Centro de Zoonoses cumprir leis, trabalhar a prevenção, etc. Por outro lado, cabe ao cidadão ser menos negligente.”, conclui Lídio Almeida, jornalista, Assessor de Comunicação da Prefeitura Municipal de Trairi e morador do Campestre.
Amplitude do trabalho do Centro de Zoonoses é desconhecida pela população de Trairi. O serviço é gratuito e de grande utilidade pública
Segundo o veterinário dr. Maurício, coordenador do centro de Zoonoses, “a retirada de animais soltos nas vias públicas é o primeiro passo para o combate às zoonoses, principalmente os chamados cães errantes, que são aqueles que não tem um local fixo de moradia. Estes cães podem transmitir doenças para outros cães e consequentemente para a população”. O calazar é uma doença transmitida por um mosquito e que infelizmente, para o cão contaminado, ainda não existe tratamento.
“Todo cão com calazar, infelizmente tem que ser sacrificado, porque esta é uma doença que ainda não tem cura ainda no Brasil e estes cães podem se tornar portadores da doença através da picada do mosquito”, diz Ana Amabylis.
Uma vez no Centro de Zoonoses, é realizada uma triagem e se confirmado o diagnostico positivo para o calazar, o cão é submetido à eutanásia (a morte sem dor).
A boa notícia é que no ser humano, o calazar tem tratamento e é 100% eficaz. Não existe o tratamento para os cães, por isso, eles têm que ser eliminados. Além disso, o calazar não atinge outros animais domésticos, como o gato.
Doenças e acidentes são os principais motivos da ação
Doenças como a raiva, a toxoplasmose, leptospirose, Micoses, DAG - Doença da Arranhadura do Gato, Sarna sarcóptica causada por ácaro, Criptococose, Brucelose, Lepstospirose, Ancylostoma, Dipylidium, Doença de Lyme, Trichinose ou triquinose, Salmonelose, Listeriose, Tuberculose, Toxoplasmose, Hidatidose, Febre amarela, Dengue, Tifo, Malária, Tétano, Febre aftosa, Gripe aviária e Doenças de Chagas, são consideradas comuns no meio urbano e é preciso muito cuidado e atenção para se prevenir contra elas.
Entre os problemas causados pelos animais, estão os acidentes, que são os principais perigos para as pessoas. Os animais podem transmissão ao homem de diversas zoonoses. Além disso as fezes deles podem causar o tétano. Animais como cavalos, burros, mulas e bois, que podem oferecer perigo no trânsito, causar transtornos ou mesmo serem vítimas de maus tratos. Os números são expressivos.
Com o alerta divulgado por órgãos públicos do nordeste do país, a Secretaria Municipal de Saúde de Trairi intensifica suas ações através do trabalho contínuo do Centro de Zoonoses. A Leishmaniose visceral, ou calazar, é uma doença transmitida pelo mosquito-palha ou birigui (Lutzomyia longipalpis) que, ao picar, introduz na circulação do hospedeiro. Nos centros urbanos, a transmissão se torna potencialmente perigosa por causa do grande número de cachorros, que adquirem a infecção e desenvolvem um quadro clínico semelhante ao do homem. O quadro é preocupante, entretanto, a situação está sob controle em Trairi.
Felizmente, a discussão do controle da fertilidade de cães e gatos – mais ético, humano e menos custosos para o poder público – já chegou ao Congresso Nacional, por meio do projeto de lei 4/2005, autoria do deputado paranaense Affonso Camargo (PSDB-PR) que institui uma política de controle da natalidade desses animais em todo o país. Tal projeto já foi aprovado na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ).
Reduzir a população de cães e gatos abandonados é uma luta que absorve a maior parte dos esforços e recursos de entidades de proteção dos animais mais próximos do homem. Pesquisas e inovações no campo da prevenção da natalidade já trazem resultados promissores, como a esterilização química para cães machos, produto lançado inclusive no Brasil.
A solução não virá por um decreto, mas de uma grande mobilização de consciências e conhecimentos. Incluindo a conscientização da sociedade, menos demagogia e mais atitude das autoridades”.
Lidio Almeida – Ascom

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