Tragédia anunciada
(foto:o Progresso) |
Um acidente com
vítima fatal acende o estopim do alerta para o perigo do trânsito de carretas
no centro de Imperatriz e abre novamente com isso uma discussão sobre o assunto:
o trânsito de carretas e caminhões no centro da cidade, fato que acontece com
frequência.
A presença de
caminhões estacionados e transitando no centro de Imperatriz tem trazido
inúmeros transtornos à população. Muitas vezes esses veículos grandes são
motivos de acidentes, pois encobrem a visão de condutores de veículos em
cruzamentos. Em algumas ruas, até mesmo impedem a passagem dos veículos quando
estacionados lado a lado.
Diante do crescente
número de automóveis na cidade de Imperatriz, é preciso adotar sistemas de
restrição à circulação de caminhões, que estabeleçam zonas em que os veículos
de carga tenham horário limitado para trafegar. É preciso haver regras, entre
elas um mapeamento de vias exclusivas para o tráfego de veículos de grande
porte! Cabe ao governo municipal decidir qual é a melhor alternativa para
solucionar este problema. E não apenas escolher a solução, mas sim colocá-la em
prática efetivamente.
A confusão mental de
muitos condutores é grande por aqui ao trafegar pelas ruas da cidade. Muitos,
oriundos de cidades circunvizinhas. Se aliarmos a isso o descontrole na
fiscalização, veremos que já passou da hora de estabelecer normas para o
tráfego de veículos em Imperatriz.
Além disso, também
seria necessário sinalizar onde não há sinalização nas ruas. Onde há, é preciso
melhorar, pois muitos que não conhecem a cidade e muito menos seus condutores e
pedestres. Carroças, bicicletas, condutores inabilitados, pedestres distraídos
e a grande maioria deles não conhece nenhuma regra de trânsito.
Carretas bi-trem no centro durante o dia
A região do Mercadinho
e das três principais ruas do centro são as principais vertentes do caos. O
modelo de abastecimento, durante o dia, atrapalha muito o trânsito, é preciso
sim que haja essa conscientização. Ele poderia ser eficiente há 100 anos atrás,
mas hoje, é insustentável.
A probição do tráfego
de carretas e outros veículos de grande porte durante o dia tem que fazer parte
do projeto de organização do Centro da cidade. Isto é o óbvio ululante. É o que
acontece nas cidades desenvolvidas com mais de 200 mil habitantes. É preciso
mudar toda a logística do setor, disciplinando o tráfego de veículos pesados,
principalmente os com cargas acima de 23 toneladas. Mas o que estamos
esperando? Mais mortes?
A disciplina do
tráfego de veículos com cargas excessivas tendem a gerar a decorrência de
sérios transtornos e prejuízos de toda ordem e com grandes dimensões para a
população e para a administração municipal. Mas principalmente, deve ser considerado
o acidente fatal registrado na rua Maranhão com Benedito Leite, que vitimou um
pedestre. Pouca gente tem ciência da gravidade dessa situação. É preciso
entender que o trânsito de Imperatriz está mergulhado no caos, mas acima de
tudo é preciso cortar o mal pela raiz, enquanto ainda é cedo!
Outro problema
constante que ocorre em Imperatriz e com o qual a população tem sofrido muito
com os grandes caminhões e carretas, ocorre quando eles arrebentam fiação
elétrica e telefônica. São transtornos diários, mas nesse caso, a população
permanece acomodada, não reclama, não denuncia para as autoridades. Quando
muito, descarrega sua ira com um vizinho, com um parente, e fica por isso
mesmo!
Exemplos de sucesso
Na capital mineira,
veículos com lotação de até 5 toneladas e 6,5 metros de comprimento estão
livres das restrições. Acima disso, caminhões não podem circular nem realizar
operações de carga e descarga das 7h às 20h em dias de semana, e das 7h às 15h
aos sábados. A restrição visa preservar o asfalto, dar maior fluidez ao
trânsito e evitar acidentes.
Há anos o engenheiro José Jaime,
chefe do Setran, tenta implantar em João Monlevade (Minas Gerais) um sistema de
porto seco, que tem como objetivo proibir que caminhões e carretas entrem na
cidade para carga e descarga de mercadorias. E parece que agora o projeto sai
do papel. Tanto que a Prefeitura e os lojistas da cidade já selaram um acordo
que proíbe o serviço desses veículos de grande porte, no período de oito às
vinte horas. Assim, quem necessitar de receber mercadorias nesse horário, terá
de utilizar caminhões de no máximo seis metros e meia de comprimento. A medida
certamente irá melhorar o sistema de trânsito, já que muitas vezes carretas
complicam todo o sistema viário nas duas principais avenidas da cidade.
Uma solução aventada para
o bolsão central, o porto seco, seria as transportadores chegarem com os
caminhões e descarregarem todos os produtos para isso ser transferido posteriormente
para a área central da cidade com veículos menores.
Quem poderá gostar das
novidades em Imperatriz é o taxista Gesivaldo Ramos Carvalho, que disse já ter
discutido com alguns caminhoneiros que tomavam o lugar dos táxis para fazer os
serviços de carga e descarga. “É uma medida que já deveria ter sido tomada há
muito tempo. Eu já discuti com motoristas que paravam no lugar dos táxis. Eles
param para descarregar e ficam muito tempo estacionados, chegam a ficar o dia
todo quase”, relata Rubens.
Apesar de já haver
determinação contrária pelo poder público, aumenta a cada dia o tráfego de
veículos pesados nas ruas centrais de Imperatriz. As carretas trafegam
livremente, durante todo o dia, atrapalhando o transito com manobras perigosas
nos cruzamentos. Outras estacionam nas esquinas impedindo totalmente a
visibilidade dos condutores, que param os carros na metade da rua para enxergar
melhor, o que já ocasionou dezenas de acidentes. Como conseqüência desta
prática aumenta os riscos de atropelamentos e abalroamentos entre veículos. Entretanto,
a negligência é grande quando se trata de parar e multar os condutores de
carretas que trafegam por ruas centrais. Sentindo no bolso, com certeza, muitos
vão pensar duas vezes antes de transgredir as leis!
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